Por que ocorre a luxação no quadril e como tratar?

Dr. Ricardo Kirihara • 11 de fevereiro de 2021
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A luxação do quadril ocorre quando a articulação do quadril fica fora do lugar correto, ou seja, a cabeça femoral se desloca do acetábulo.

Apesar de não ser tão frequente, é considerado um quadro grave e necessita de atendimento médico urgente.

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Geralmente, é decorrente de traumas de alta energia, como por exemplo, acidentes automobilísticos, motociclísticos ou grandes quedas.

Quais os tipos de luxação o paciente pode sofrer?

A luxação do quadril pode ser classificada da seguinte forma: anterior, posterior, central e associada à fratura da cabeça femoral.

Existem alguns fatores que irão determinar o tipo de luxação, como por exemplo, a posição do quadril no momento do trauma, a intensidade e o vetor da força determinarão a direção da luxação e se haverá fratura associada:

  • Flexão, adução e rotação interna – possivelmente irá gerar uma luxação posterior sem fratura;
  • Flexão parcial, adução parcial e rotação interna – pode gerar luxação posterior, possivelmente, com fratura;
  • Extensão, hiperabdução e rotação externa – pode gerar uma luxação anterior.

No geral, a luxação mais frequente é a posterior e, nesses casos, 10% a 14% dos pacientes apresentam também uma lesão do nervo ciático.

Quais são os sintomas da luxação no quadril?

Os principais sintomas de uma luxação do quadril são:

  • Dor intensa na região quadril;
  • Encurtamento do membro;
  • Joelho e pé virados para dentro ou para fora.
  • Limitações de mobilidade ou atitudes fixas.

Como é o diagnóstico para a luxação do quadril?

Como a maioria das patologias, fazemos o diagnóstico da luxação de quadril com base na história clínica, exame físico ortopédico e exames complementares.

Sabemos que a posição do membro inferior pode variar dependendo do tipo de luxação do quadril.

Assim, devemos investigar mais a fundo as atitudes fixas do quadril ou bloqueio de mobilidade, pois podem indicar a presença de corpos intra articulares.

Além disso, os pacientes com luxação do quadril, por serem vítimas de acidentes de alta energia, devem ser avaliados como pacientes politraumatizados.

Dessa maneira, é importante a avaliação de outros sistemas para excluir lesões de outros órgãos. Isso porque, em 95% dos casos eles apresentam lesões associadas, por exemplo:

  • Fraturas da cabeça, colo ou diáfise femoral;
  • Fraturas acetábulo;
  • Lesões ligamentar do joelho, tornozelo e pé;
  • Fraturas pélvicas;
  • Fraturas de coluna.

Como é o tratamento da luxação do quadril?

O tratamento da luxação do quadril (femoroacetabular) se dá através de uma série de procedimentos, conforme necessidade.

Inicialmente, devemos tentar uma redução incruenta no centro cirúrgico em caráter de urgência.

A redução incruenta é um procedimento fechado de recuperação dos desvios dos ossos ou articulações através de manobras ortopédicas específicas.

Caso não seja possível realizar a redução fechada, deveremos realizar uma redução aberta.

Todavia, não devemos realizar a redução incruenta caso haja uma fratura femoral ou em casos que o membro inferior impeça as manobras de redução (fraturas no membro inferior do mesmo lado).

Além disso, faremos um teste de estabilidade dinâmica com radiografia durante o intraoperatório de modo a verificar as condições da articulação do quadril.

Após a redução da articulação do quadril na fase aguda, devemos reavaliar o paciente e, para isso, solicitamos novas radiografias e a tomografia.

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A necessidade do tratamento cirúrgico ou não dependerá da presença ou não de outras lesões ou fraturas, como por exemplo, fraturas da cabeça do fêmur, acetábulo ou corpos livres intra-articulares.

No caso de luxação simples do quadril, o paciente deverá permanecer internado por um período mínimo de 3 dias.

Além disso, nas luxações sem fratura é extremamente importante não sustentar o peso total do corpo do membro no pós-operatório imediato devido ao risco de necrose avascular da cabeça femoral.

Vale salientar que quanto menor o tempo de luxação, melhor o prognóstico:

  • Menos de 6 horas da luxação – 2 semanas sem carga total e a necrose avascular da cabeça do fêmur fica em torno de 0-10%;
  • Mais de 6 horas de luxação – 8 a 12 semanas sem carga total e a necrose avascular da cabeça do fêmur pode chegar a 40%.

Quais as possíveis complicações da luxação?

Principalmente se não tratada devidamente, a luxação do quadril pode trazer algumas complicações, sendo as mais comuns:

  • Necrose avascular da cabeça do fêmur;
  • Artrite;
  • Lesão neurológica;
  • Ossificação heterotópica;
  • Luxação reincidente.

Assim, fica evidente a necessidade de agir o mais rápido possível nos casos de traumas na região para fazer o devido diagnóstico e tratamento.

Além disso, é importantíssimo fazer o devido acompanhamento do caso com um ortopedista especialista em quadril após o atendimento inicial.

Então, não deixe sua saúde para depois!

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